sexta-feira, 24 de junho de 2011

Na cola da tragédia

De volta ao rastro da morte. Asfalto quente, rescendendo a sangue.
A vida de repórter policial já me ensinou muito. Você olha nos olhos do abismo.
Até que um dia você se pega caminhando entediado num açougue de gente. É hora de desaprender.

domingo, 12 de junho de 2011

Auto-retrato com teclado - texto sobre tela

A vida anda impressionista, preenchida de alto a baixo por essas pinceladas sombrias, as cores escuras que não consigo identificar. O ângulo não é dos mais favoráveis para ver o todo, limito-me às crostas e aos borrões. Sinto o cheiro da tinta fresca e algumas gotas salpicadas pela minha pele, na testa e nos braços, endurecidas sobre os pelos ralos. Respiro fundo e o veneno queima-me a boca, a garganta e espalha-se pelo meu pulmão. Ando para trás na tentativa de ver melhor.