quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O Galo

Nada mais importa, o Carnaval aqui no Recife é tudo. Em forma de assovio, os frevos brotam dos lábios distraídos. As conversas, mesmo que comecem sobre assuntos de maior gravidade, espontaneamente acabam em discussões sobre fantasias e blocos de rua.

Dia desses tive a verdadeira dimensão da importância da folia na vida dos pernambucanos. Uma mãe contou que recebeu uma ligação de alguém que dizia que o filho dela estava ameaçava se matar, com a boca de uma garrafa de cerveja quebrada encostada no pescoço.

"A mulher largou dele e ele tava bêbado, dizendo que daquele dia ele não passava. Aí eu disse: 'Você largue esse troço já, seu safado. Ou se mate de uma vez... porque se você morrer sábado, seu corpo vai ficar esperando no IML... que eu vou pro Galo de qualquer jeito! Não vou perder o Galo porque causa de você não, ouviu?"

Pergunta se o cara se matou?

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