As vantagens são que o Recife tem ruas planas, que facilitam as coisas para quem quer andar de bicicleta, e casas antigas, para olhar, obviamente, já que não tenho hoje a mínima possibilidade de comprar uma delas. Todas as noites, lá vou eu cobiçar as casas alheias, construídas há 300 anos, espaçosas e espremidas entre os prédios que devoram a cidade. Passo, olho para dentro, vejo os móveis, se tem alguém, se estão abandonadas, se são habitada por velhinhos ou por gente nova, por artistas plásticos descolados ou executivos de gosto retrô. Claro que a maioria das respostas não tem o menor rigor científico, não passa apenas de ficção que crio para me entreter. Mas olho, descaradamente, a ponto de, vez por outra, ser seguido algum tempo por viaturas da polícia. Logo eles me esquecem, visto que ladrões não costumam andar de capacete e luzinhas piscando, só para facilitar o trabalho da polícia.
E há tanto o que ver aqui. São tantas casas, tantas ruas de paralelepípedos, tanta história que, mais cedo ou mais tarde, vai ser atropelada por um shopping ou um condomínio residencial. Mesmo sendo tantas, essas construções estão em extinção, já que os arpões das empreiteiras derramam cada vez mais sangue da cidade, forrando quarteirões de casas demolidas com suas placas de "EM BREVE: 3 DORMITÓRIOS, DUAS SUÍTES, DUAS VAGAS NA GARAGEM".
Pô, que massa, velho! Gostei, ó! Quando pegar minha bike de volta da oficina vou tirar uma noite dessas pra gente ir dar uma pedalada dessa juntos, cara!
ResponderExcluirCaralho mano, preciso falar com vc....qual seu telefone aí..........puta saudades de vc irmão...
ResponderExcluirDiego Zanchetta
Ta ficando velho mesmo!
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