sábado, 29 de janeiro de 2011
João e Tarantino
João viveu anos como monge budista, quando conheceu o próprio Dalai Lama, e passou outra boa parte da sua vida com os franciscanos e hare krishnas, com quem teve longas lições sobre humildade e desprendimento, além de ganhar exóticos cortes de cabelo. Aprendeu a pilotar helicópteros e aviões na tentativa de ver as coisas em perspectiva, e chegou a passar dias e dias sem comer, supervisionado por um faquir experiente. Também tentou o tricô, a ioga, o iô-iô, o tai-chi e os comprimidos de ecstasy. Nada deu jeito, ele realmente não conseguia esquecer o que lhe fizeram. Há seis meses montou acampamento em frente à casa do diretor de cinema Quentin Tarantino, com quem pretende trocar figurinhas sobre o assunto predileto de ambos, a vingança.
East Street e Mark Twain
O frio apenas ameno permitiu-me um agradável passeio pelo sul de Londres nessa manhã de sábado. Caminhei despretensiosamente pelo East Street Market, o mercado de rua mais legal de Londres, apinhado de jamaicanos, chineses, árabes e até ingleses. A trilha sonora é uma mistura de reggae das barraquinhas de CDs com os gritos dos vendedores em busca de clientes. Estiquei até a loja do Exército da Salvação, onde são vendidas todo tipo de tranqueiras. Lá, ganhei o dia ao achar uma edição capa dura com dois romances: As Aventuras de Tom Sawyer e As Aventuras de Huckberry Finn. Claro que comprei pensando no segundo, genial e engraçadíssmo, ainda mais no inglês original do gigante Mark Twain. Tudo por apenas uma libra.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
O silêncio
Longe de tudo, num quartinho de um conjunto habitacional de Londres, encontrei o silêncio que precisava para escrever minha ficção. O silêncio, claro, não é permanente, sendo interrompido algumas vezes pelos aparelhos de som acoplados no corpo de meus housemates, vítimas de seu gosto duvidoso pelo R&B. Mas agora, nesses momento, por exemplo, o silêncio é tão grande que posso ouvir até as patas das baratinhas andando pela pia da cozinha. Inebriante.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Palavras
— Qual é o valor de palavras que não temos coragem de dizer?
— O que eu queria mesmo saber é o valor das palavras que temos coragem de dizer.
— O que eu queria mesmo saber é o valor das palavras que temos coragem de dizer.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Coisas perdidas nos blocos de notas
Temos de domar nossas memórias, nossa fome e nosso cansaço; temos de adestrar as lágrimas, acostumar nosso paladar aos gostos diferentes e carregar punhados de paciência em todos os bolsos. Afinal, não somos criancinhas num passeio de escola, somos marinheiros. Um homem em terra sempre pode agir como um bebê, se assim julgar conveniente. Uma vez no mar, mesmo os bebês têm de virar homens.
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
10 vezes Europa
Seleção de fotos tiradas durante as viagens que fiz nos últimos quatro meses. Só clicar sobre as imagens para vê-las maiores.
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